quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Assassinato de Trotsky teria sido planejado em farmácia nos EUA

Assassinato de Trotsky teria sido planejado em farmácia nos EUA

Foto: Reprodução - Farmácia Zook, que pode ser vista em fotografias de arquivo

O assassinato de León Trotsky em 1940 na Cidade do México, onde foi atacado com um pica-gelo na cabeça, foi organizado em uma farmácia nos Estados Unidos, revela um novo livro do especialista em inteligência E. B. Held. O livro"Um guia da espionagem em Albuquerque e Santa Fé", de Held - atualmente diretor de inteligência no departamento de Energia dos EUA -, parece confirmar anos de especulações sobre a existência de um esconderijo de espiões em Santa Fé, pacata cidade do estado americano do Novo México (sudoeste).

Em um livro de memórias de 1994, "Tarefas Especiais", o espião da KGB - serviço secreto da então União Soviética -, Pavel Antolievich Sudoplatov, afirmou que uma farmácia de Santa Fé serviu de esconderijo dos assassinos de Trotsky. A nova obra de Held indica que esses esconderijo se localizava na Farmácia Zook, que pode ser vista em fotografias de arquivo, e foi substituída nos anos 1990 por uma loja de sorvetes Haagen-Dazs.

Held, de 58 anos, começou a investigar a história depois de se aposentar da CIA em 2002. Seu livro trata de outros casos de espionagem, mas o capítulo mais controvertido descreve o assassino da KGB, Josef Grigulevich, nascido na Lituânia e emigrado ainda criança para a Argentina, onde seu pai fundou uma cadeia de farmácia. Foi recrutado pela polícia secreta soviética quando era estudante em Paris e aprendeu a matar durante a guerra civil espanhola (1936-1939).

Uma vez instalado em Santa Fé, Grigulevich viajou para a Cidade do México para colocar em andamento dois planos paralelos para assassinar Trotsky, um líder da revolução de 1917 forçado ao exílio depois de confrontar Joseph Stalin. Um dos planos envolvia David Siqueiros, pintor e fundador do Partido Comunista mexicano. O outro plano dizia respeito a Ramón Mercader, um aristocrata espanhol.

Em 30 de agosto de 1940, Mercader, fazendo-se passar por um empresário canadense, atacou Trotsky com um picador de gelo. Ferido na cabeça, o russo morreu no dia seguinte. Mercader, que assegurava ter matado Trotsky porque o revolucionário o proibiu de casar-se com sua secretária, passou 20 anos na prisão. Uma vez libertado, viajou para a União Soviética, onde foi condecorado como herói.

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